Gisele e o Despertar da Memória Fragmentada
ISABELA
Depois que voltamos para o hotel, o que eu conversei com Carlos ainda me preocupava muito, como uma nuvem escura. Eu não aceitava que ele tivesse desistido, que não quisesse lutar pela própria vida. De repente, uma ideia surgiu na minha cabeça, uma pequena esperança: pedi para Carlos marcar um café com Gisele. Pensei que, enquanto eu estava aqui em São Paulo, no meio de todo o movimento da cidade, a gente poderia ter uma conversa de verdade, sem as brigas antigas que eu nem lembrava. Eu estava sem lembranças de quando éramos amigas; talvez isso me ajudasse a lembrar de algo, alguma parte que faltava no quebra-cabeça da minha vida. Era difícil sentir raiva dela quando eu não lembrava de nenhum momento que passamos juntas.
Algumas horas depois, um sol fraquinho começava a aparecer na cidade grande. Peguei um táxi que passava rápido pelo trânsito barulhento e cheguei ao café. As portas de vidro se abriram de leve, e eu senti um cheiro m