Layla
Eu quis defender Bart. Quis dizer “ele é bom, ele me ama, ele é sincero”. A frase chegou pronta, decorada, e parou na garganta. Porque a verdade é que eu nem sequer me entreguei para o meu namorado. Eu, que sempre preguei coerência, fui primeiro nos braços do homem que não presta.
O que isso diz de mim?
— Termina o café e vai. — falei, para Kaleo, precisando que a mesa voltasse a ter dois lados apenas — Hoje não.
— Hoje, sempre. — ele respondeu, levantando com uma obediência que soou como promessa — Até mais, diabinha.
— Não me chama assim.
— Eu chamo as coisas pelo nome que elas me acendem.
Ele foi embora. Levou o silêncio quando saiu. Ficamos Bart e eu, e os talheres, dois átomos que não colidem por medo de explosão.
— Você confia em mim, não confia? — Bart perguntou, depois de um tempo. O tom era doce. O olho, não.
— Confio. — respondi, e cada letra precisou de ajuda para passar.
— Então esquece esse sujeito. Ele gosta de fazer você questionar o que é sólido. É assim que gen