A festa terminou tarde. O perfume de cigarro e whisky ainda grudava na pele quando Valentina entrou no apartamento. Jogou os saltos no canto, puxou o zíper do vestido vinho e se olhou no espelho. O reflexo mostrava uma mulher diferente — fria, confiante, viva.
E isso a assustou.
O celular preto vibrou sobre a mesa.
Mensagem: “Abra a porta.”
Antes que pudesse reagir, três batidas secas ecoaram.
Ela abriu — e Dominic estava ali.
Camisa preta, olhar firme, o ar carregado da mesma autoridade que fazia o mundo se curvar.
— Está tarde — ela disse, tentando soar indiferente.
— Não pra conversas que não podem esperar. — Ele entrou sem ser convidado. — Sente-se.
Valentina cruzou os braços. — Se veio me parabenizar, não precisa. O show foi um sucesso.
Dominic se aproximou devagar. — Ah, eu vi. Você estava perfeita.
Parou a poucos centímetros dela. — Talvez… perfeita demais.
Ela franziu o cenho. — Qual é o problema? Fiz o que você mandou. Entrei, observei, saí. Ninguém des