O amanhecer pintava o céu com tons acinzentados quando Helena estacionou o carro em uma estrada de terra, cercada por mato alto. Ao lado dela, Teresa observava o GPS desconfiada.
— É aqui mesmo? — perguntou Helena.
— É o que o endereço indica. — Teresa assentiu. — Ele mora afastado por segurança. Foi assim desde que se recusou a assinar o acordo de silêncio.
Desceram do carro e seguiram por uma trilha discreta. As árvores espessas abafavam o som dos passos, e o ar carregava a umidade típica de um local esquecido pelo tempo. Após alguns minutos de caminhada, chegaram a uma pequena cabana de madeira, simples, mas bem conservada.
Helena bateu na porta três vezes. Nada.
Ela tentou de novo, desta vez chamando:
— Senhor Marcos? Somos amigas da doutora Clara Antunes. A Teresa me trouxe até aqui!
Por um instante, tudo permaneceu em silêncio. Até que ouviram o som sutil de uma trava sendo liberada. A porta se abriu, revelando um homem de meia-idade, de olhar desconfiado e ombros arqueados.
— C