A manhã seguinte trouxe um movimento inesperado. O peso do processo que Gabriel havia movido ainda repousava sobre os ombros de Isadora, mas quando ela caminhou até a livraria, percebeu algo diferente: os olhares das pessoas não eram apenas de curiosidade ou julgamento. Havia neles um brilho novo, um gesto de reconhecimento, como se parte da cidade começasse a se alinhar ao seu lado.
Na porta da loja, encontrou um cartaz improvisado colado discretamente na vitrine. Era um bilhete escrito à mão por algum cliente anônimo: “Estamos com você, Isadora. A verdade não precisa de microfone, precisa de olhos abertos.” O gerente, ao vê-la parada diante do papel, apenas murmurou:
— Apareceu cedo. Não sei quem colocou, mas achei que devia ficar.
Isadora tocou o vidro com a ponta dos dedos, sentindo o coração se aquecer. Pela primeira vez em muito tempo, percebeu que não era apenas alvo de rumores, mas também semente de resistência.
Dentro da livraria, o movimento foi intenso. Clientes antigos fiz