O vento soprava forte naquela manhã, carregando consigo o cheiro de terra molhada e flores recém-abertas. A cidade parecia em suspenso, como se cada esquina guardasse um segredo à espera de ser revelado. Para Isadora, aquele dia teria um peso diferente. Havia semanas que ela carregava o coração cheio de perguntas sem respostas, e agora, tudo parecia convergir para um ponto inevitável.
Ela caminhava devagar pela alameda de pedras que levava até a antiga casa da família Vilanova. Cada passo ecoava dentro de si como uma lembrança dolorida. As paredes brancas, agora levemente amareladas pelo tempo, traziam recordações de dias em que a inocência ainda habitava seus olhos. Não era apenas uma casa; era um espelho do passado, e, ao atravessar aquele portão, Isadora sentia que estava prestes a mergulhar em um confronto inevitável com sua própria história.
No interior, a atmosfera era pesada. Os móveis antigos, o cheiro de madeira e incenso, o som distante de vozes abafadas. Seus irmãos estavam