O elevador subia lentamente até o último andar da Torre Vasconcellos. Helena observava seu reflexo no espelho do painel inoxidável. Seus olhos estavam diferentes. Não havia mais espaço para inseguranças ou fraquezas. Agora, quem olhava de volta para ela era uma mulher que havia enterrado de vez a antiga versão de si mesma.
Quando as portas se abriram, todos os olhares no setor executivo se voltaram para ela. Comentários sussurrados, olhares de surpresa, de curiosidade… e, principalmente, de respeito. Pela primeira vez, Helena percebia que não era mais invisível.
Ela caminhou decidida até a sala de Leonardo. Bateu duas vezes antes de girar a maçaneta.
— Entre. — A voz dele, firme e cortante, ecoou lá de dentro.
Ao empurrar a porta, encontrou Leonardo de pé, junto à parede de vidro que dava vista para Montserra. Ele segurava uma xícara de café, tenso, olhando para algum ponto distante da cidade.
— Bom dia, senhor Vasconcellos. — disse, mantendo o tom profissional, mas com uma pitada de