O sol ainda nem havia nascido quando Helena, vestida com um robe de seda vinho, sentou-se à mesa da sala com uma xícara de café em mãos. Ela não dormira. Mas ao contrário de outras noites, não era a angústia que a mantinha acordada. Era a adrenalina da decisão que tomara.
Júlia chegou pouco depois das sete, com o cabelo preso às pressas e uma pasta de documentos debaixo do braço.
— Consegui tudo o que você pediu — disse ela, entregando a pasta a Helena. — Relatórios, e-mails, testemunhos… tudo provando que você jamais teve acesso à verba da ONG, e que quem tentou desviar foi a diretora.
— Ótimo. Isso vai ser útil — respondeu Helena, folheando os papéis com atenção. — Mas não basta me limpar. Isadora jogou lama em mim por puro ódio. E ela vai pagar.
— Vai expor ela?
Helena ergueu os olhos, firmes como nunca.
— Na frente de todos.
Naquela mesma tarde, Leonardo bateu à porta do escritório de Helena.
— Você tem um minuto?
Ela assentiu.
Ele entrou, fechando a porta atrás de si, e sentou-se