Ecos do Amanhã

A noite havia caído pesada sobre o mosteiro. O vento uivava pelas frestas das janelas de pedra, trazendo consigo o frio cortante das montanhas. Clara dormia encolhida ao lado de Miguel, ambos exaustos depois da revelação que o monge lhes entregara. Apenas Elô permanecia desperta, deitada sobre o catre estreito, o olhar fixo no teto escuro.

As palavras da profecia queimavam em sua mente: equilíbrio ou destruição… o coração deve ser sacrificado. Quanto mais tentava afastá-las, mais elas retornavam, como um eco interminável.

De repente, uma sensação de calor percorreu suas veias. Seus olhos se fecharam involuntariamente, e um torpor a dominou. Quando abriu novamente, não estava mais no quarto.

Elô se via em um campo devastado, o céu tingido de vermelho, como se estivesse em chamas. Montanhas em ruínas cercavam o vale, e corpos jaziam espalhados, indistintos, mas com feições que pareciam familiares. Entre eles, Clara e Miguel.

Ela correu, gritou seus nomes, mas nenhuma voz saiu de sua gar
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