Vozes na Delegacia

Na manhã seguinte, Isadora acordou mais cedo do que o habitual. O sono fora leve, cheio de intervalos em que o barulho da rua ou o ranger do prédio a faziam despertar com o coração acelerado. O bilhete e a foto ainda estavam em sua bolsa, guardados na pasta plástica junto dos outros documentos. A decisão tomada na noite anterior permanecia firme: iria à delegacia com Rafael, registrar tudo oficialmente.

Vestiu-se com calma, optando por roupas discretas, como se buscasse invisibilidade. O café da pensão parecia mais amargo que de costume, talvez reflexo da ansiedade. Quando desceu à rua, Rafael já a aguardava, encostado em um carro emprestado de um amigo, os braços cruzados e o olhar atento.

— Pronta? — perguntou ele, oferecendo-lhe um sorriso firme.

— Pronta — respondeu Isadora, ainda que a palavra pesasse.

Atravessaram as ruas movimentadas, e Isadora percebeu que cada esquina parecia carregada de olhares invisíveis. Rafael falava pouco, deixando que o silêncio desse espaço para que e
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