A Face que Nunca Dorme

Cael caminhava por um corredor que não deveria existir.

O chão era de concreto velho, rachado. As paredes, cobertas por fios expostos e telas quebradas. Tudo cheirava a ferrugem, sangue e desespero — como se o lugar respirasse o próprio medo.

Mas ele conhecia aquele cheiro. Aquelas paredes.

Era um dos primeiros laboratórios subterrâneos do Projeto Alvorecer. O berço onde a maioria dos erros genéticos foram enterrados e esquecidos.

Ou assim ele pensava.

— Sabia que você viria sozinho.

A voz reverberou por todo o espaço, sem origem definida. Era a voz dele… mas distorcida. Como se fosse sua própria alma, apodrecida.

— Você sempre foi curioso, Cael. Sempre quis entender o que havia além da obediência. Por isso falhou.

— Não falhei — respondeu em voz alta, com os punhos cerrados. — Eu escapei.

— Você sobreviveu, corrigiu o Espectro. — Mas o que restou de você não é tão diferente de mim.

As luzes tremularam. Um painel piscou. Então, da escuridão, ele apareceu.

O Espectro.

Não tinha uma for
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