O Tubarão e a Sereia Voltando pra Casa”
A lua de mel acabou em uma semana — uma semana de mergulhos, risadas, e sobrevivência.
Sim, sobrevivência.
Porque aquele homem é uma máquina.
Eu aqui, toda quebrada, andando devagar pelo corredor do aeroporto das Maldivas, rezando para a pomada de assadura fazer efeito logo.
Ele dizia que eu era atleta.
Atleta só se for pra engolir tubarão, né?
E ainda um tubarão branco, faminto!
No avião, ele finalmente apagou na poltrona ao meu lado, depois de me deixar completamente exaurida.
Eu olhei pra ele — aquele semblante tranquilo, os cílios longos, a barba por fazer — e pensei: “Senhor, esse homem é o meu castigo e a minha bênção ao mesmo tempo.”
Mas, do nada, um pensamento me fez endireitar a coluna.
— Amor... — chamei baixinho, cutucando o braço dele.
— Hum? — respondeu sonolento, sem abrir os olhos.
— A gente… não usou preservativo nenhuma vez.
Ele abriu um olho, preguiçoso.
— Foi?
— Foi.
— E daí? — perguntou, com aquele sorriso perigoso nos lábios