Ao deixarem o restaurante, a chuva engrossava, agora um véu prateado que caía firme sobre Paris. Camila sentiu o frio molhado invadir sua pele, mas havia algo ainda mais gelado correndo em suas veias — a urgência de desvendar aquele mistério que a consumia há semanas.
Leonardo caminhava ao seu lado, firme e protetor, mas não precisava dizer nada. O peso do silêncio entre eles falava mais alto do que qualquer palavra. Era o silêncio de dois corações marcados por um passado tortuoso e um presente cheio de incertezas.
— Não sei se quero mesmo essa verdade — confessou Camila, o olhar fixo no chão escorregadio.
— E fugir nunca foi uma opção para você — respondeu ele, sem hesitar. — O que sua mãe deixou pra trás não pode continuar enterrado.
Ela parou, encarando Leonardo nos olhos.
— Eu sinto que quanto mais descubro, mais me afundo numa teia que pode me destruir.
Ele segurou suas mãos com força, buscando transmitir segurança.
— Mas também pode te libertar. Você não está sozinha nisso.
Cami