O silêncio dentro do carro parecia mais pesado que o tráfego frenético que se desenrolava do lado de fora. Camila sentia o peso da noite sobre os ombros, um misto de medo, esperança e aquela inquietação incômoda que lhe roubava o fôlego.
Seus dedos entrelaçaram-se com os de Leonardo, buscando naquela conexão uma âncora para a tempestade que vivia. Não era apenas a revelação sobre Rodrigo, o pai que sempre fora um mistério sombrio; não era só o jogo perigoso que se armava em Zurique, nem as peças movendo-se no tabuleiro invisível que parecia condená-la.
Era algo mais íntimo, mais profundo.
A sensação de que, mesmo estando cercada por inimigos e por uma trama de traições, existia ali, bem perto dela, uma possibilidade de algo verdadeiro. Algo que não podia — e não queria — negar.
— Você sabe que o mundo onde estamos entrando não tem espaço para fraquezas, Camila — disse Leonardo, a voz firme, mas com um tom quase suave que não lhe era comum.
— Sei — ela respondeu, olhando para ele com o