A noite caiu sobre Zurique como um véu de veludo negro, cobrindo a cidade com uma aura de mistério. Os carros deslizavam pelas avenidas molhadas pela garoa, e as luzes refletiam nos vidros dos prédios altos, criando uma coreografia silenciosa de sombras e brilhos.
Camila e Leonardo voltaram para o hotel sem trocar muitas palavras. O encontro com Rodrigo Monteiro ainda ecoava em cada pensamento, em cada silêncio prolongado. Na suíte, ela caminhava de um lado para o outro, tentando entender o que sentia — alívio, raiva, tristeza ou simplesmente vazio.
— Ele disse que te acompanhou todos esses anos — comentou Leonardo, sentado na poltrona. — Mas nunca se aproximou de verdade. Que tipo de amor é esse?
— Amor? — Camila riu, amarga. — Rodrigo não sabe o que é isso. O que ele sentiu foi culpa, e culpa não é amor. Culpa é peso. Amor... amor é o que eu via na minha mãe, quando ela me abraçava e mentia para me proteger do mundo.
Leonardo se levantou, aproximando-se dela.
— E agora? O que vai fa