O endereço estava gravado no cartão simples que Laura deixara para trás — como uma armadilha ou um convite. Camila passou os dedos sobre a superfície fosca do papel, sentindo uma ansiedade que arranhava seu estômago por dentro.
— Tem certeza de que quer fazer isso hoje? — perguntou Leonardo, parado à porta da suíte, observando-a com uma inquietação mal contida.
— Não tenho certeza de nada — ela respondeu, colocando o cartão na bolsa. — Mas se eu não encarar esse homem agora, ele vai continuar controlando minha vida mesmo sem saber.
Leonardo assentiu e estendeu a mão. Camila a segurou com força. O toque dele era um lembrete: ela não estava mais sozinha. Ainda que o que viesse fosse doloroso, ela enfrentaria.
O prédio era sóbrio, discreto, no centro financeiro de Zurique. Nenhuma placa na entrada. Nenhum nome na portaria. Apenas a frieza elegante das elites que preferem o anonimato ao reconhecimento público.
Um segurança os conduziu até o último andar. O elevador subiu em silêncio. Cami