Camila não dormiu naquela noite.
Mesmo depois de escapar do antigo conservatório e se refugiar em um chalé isolado nas montanhas de Montreux, o peso da carta da mãe e dos documentos recém-descobertos queimava em sua mente. Os olhos fixos no fogo da lareira, as mãos ainda sujas de sangue, o coração em guerra.
Leonardo estava no andar de cima, cuidando dos ferimentos que sofrera no confronto. Mas ela não conseguia pensar nele agora. A única coisa que pulsava dentro de si era o desejo de justiça — ou talvez vingança.
Sobre a mesa, espalhados como peças de um quebra-cabeça maldito, estavam os contratos assinados por Rodrigo Ventura, documentos com selos suíços e registros de transferências de propriedades realizadas em nome de empresas de fachada. No centro, a certidão de óbito falsificada de sua mãe, assinada pelo mesmo médico que, anos depois, também assinou a internação forjada de um jornalista investigativo que havia sumido misteriosamente.
— Todos os que tocaram nessa verdade... sumi