O silêncio naquela sala parecia mais ensurdecedor que um tiro.
Camila mantinha o olhar fixo em Alexandre, como se cada segundo ali fosse um acerto de contas — e cada batida do relógio, uma lembrança de tudo o que ela perdeu por culpa dele.
Alexandre tentou recuperar a postura. Tentou vestir novamente sua máscara de frieza aristocrática, mas o tremor sutil em sua mão denunciava o pânico que invadia suas veias.
— Você não vai atirar — disse, com a voz falha. — Eu te conheço. Não é como nós.
Camila soltou uma risada seca. Baixou lentamente a arma, mas não por hesitação — era desprezo.
— Você realmente acredita que me conhece? — ela se aproximou, jogando os documentos sobre a mesa de mármore à frente dele. — Eu era só uma menina quando você destruiu a minha família. Só uma filha tentando entender por que a mãe chorava sozinha à noite. Você não me conhece, Alexandre. Nunca conheceu.
Ele passou os olhos rapidamente pelas folhas. Cada palavra era uma sentença. Cada assinatura, uma cicatriz a