O frio da manhã ainda envolvia as ruas silenciosas de Zurique quando Leonardo desceu até o porão da casa. A estrutura, antiga, mas reforçada, era o único lugar seguro o suficiente para armazenar os documentos que Camila não podia perder. Ali, entre estantes de aço e arquivos numerados, ele se debruçou sobre um mapa digital com as últimas localizações de Rodrigo Alencar Monteiro.
— Ele se moveu novamente — murmurou, falando sozinho. — Sempre um passo à frente.
Na superfície, Camila revisava cada detalhe da gravação da mãe. Ela pausava e voltava, analisando expressões, entonações, até as pausas de respiração. Carolina, ao lado, anotava padrões, frases suspeitas, tudo que pudesse revelar mais.
— Olha isso — disse de repente. — No fundo, atrás da sua mãe... essa estante. Tem um símbolo entalhado.
Camila arregalou os olhos. Um losango dentro de um círculo — discreto, mas inconfundível. Ela já tinha visto aquilo antes. Estava gravado no anel de Rodrigo, na única foto antiga que tinha dele.