Camila manteve os olhos fixos naquele homem à sua frente. Ele era jovem, talvez alguns anos mais velho que ela, com traços angulosos e olhar firme. Havia algo em sua postura — o modo como se colocava no centro do corredor, sem pressa, como se já tivesse vencido — que a incomodava profundamente.
— Se não está aqui a mando de Rodrigo — disse Leonardo, com a mão ainda sob o casaco, onde sua arma descansava — então o que exatamente quer?
O estranho sorriu. Não era um sorriso amigável. Era calculado, frio, como se estivesse observando uma peça rara em leilão.
— Quero o mesmo que vocês, na verdade. Respostas. Justiça. Mas ao contrário de vocês… eu nasci dentro do labirinto.
Camila deu um passo à frente, ignorando o leve tremor em seus joelhos.
— Qual seu nome?
— Thomas. Thomas Alencar.
O nome caiu no chão como uma bomba silenciosa.
Leonardo trocou um olhar com Camila, e ela entendeu imediatamente: o sangue de Rodrigo estava ali, diante dela, não mais um fantasma, mas um reflexo real. Um irm