" - Você realmente acha que o divórcio fará com que eu fique longe de você? - Stephen apertou o braço de sua ex mulher, puxando-a para mais perto de si. - Querida, eu vou te fazer perceber, que essa foi sua maior burrada." " - Eu não estou preparada para um outro relacionamento. - Skyler diz, cheirando as rosas em suas mãos, com bastante dor no coração. Alex não se abala com aquelas palavras e aproxima-se de sua amada. - Vou estar aqui, até que você se sinta pronta para me amar." Depois de conseguir se livrar de um casamento longo e repleto de agressões, Skyler está disposta a esquecer todo o seu passado, ao lado de sua irmã, na Califórnia. O lugar paradisíaco e quente, local de cenas de filmes famosos, será palco do provável romance entre Skyler e o dono de um restaurante a beira da praia, do alto e belíssimo Alexsander Donovan. Alex, como gosta de ser chamado, está disposto a usar todo o seu charme e paciência, para conquistar a tímida e assustada, Skyler. E fazê-la perceber, que quando é amor, não há dor. Skyler precisará lidar com seu marido perseguidor e o desejo de viver um novo e puro amor.
Leer másEnquanto o marido dormia, Skyler reparava na maneira violenta que seu peito subia e descia, conforme ele respirava. Parecia que ele estava furioso, mesmo dormindo.
Cautelosamente ela se levanta, e ainda o observando, ela se afasta da cama. Devido à falta de claridade e por estar checando se o marido ainda dormia, ela acaba pisando em um caco de vidro.
— Merda.
Após resmungar, Skyler olha novamente para a cama e observa o marido se mexer. Uma vez que ela confirma que ele ainda está dormindo, ela volta a caminhar, dessa vez com mais cuidado por onde pisava e vai para o banheiro.
Skyler se senta no vaso sanitário e ergue a perna, observando o pequeno vidro fincado em seu pé. Felizmente era vidro de porta-retrato e o sangue que havia era pouco. Ela retira o vidro sem pensar duas vezes e coloca um curativo rápido.
Embaixo da pia, escondido atrás de um cesto, estava uma mochila. Tinha duas semanas que aquela mochila estava escondida ali, esperando para ser resgatada, assim como Skyler.
Skyler j**a a mochila nas costas e sai do banheiro, indo em direção a saída. Ela calça as sandálias que estavam do lado da porta e sai, sem olhar para trás.
Enquanto caminhava pelas ruas da cidade onde nasceu, cresceu e se casou, ela pensava em tudo que havia dado errado em sua vida. Skyler sabia exatamente o momento em que tudo se perdeu. Quando aceitou o pedido de casamento que Stephen havia feito há oito anos atrás.
A Skyler de vinte anos, tinha ficado extasiada. Stephen era seu namorado, desde o ensino médio. Ele jogador de futebol americano e ela líder de torcida. O típico casal que todo mundo diz que não vai durar. Eles duraram. Duraram bem mais que qualquer outro casal que havia se formado na escola.
— Eu quero uma passagem para Los Angeles. — ela pede, quando chega na estação de trem.
— O próximo trem sai em duas horas.
Ela olha o relógio. Eram duas e catorze da manhã. Skyler fazia as contas mentalmente, para saber se seria seguro esperar por ali mesmo. E sabendo a imensidão que Stephen havia bebido antes de dormir, ela compra a passagem e se senta em um canto do chão.
A estação estava em um completo silencio. Skyler quase podia ouvir os tiques do grande relógio na parede.
O local onde o pequeno pedaço de vidro havia se enfiado, latejava, mas ainda assim, sua preocupação não sumia. A todo minuto ela olhava na direção da saída, apavorada com a ideia de seu marido passar por ali.
Skyler observa seu reflexo em uma parede de vidro que estava na sua frente. O longo cabelo negro que ela cultivava, estava agora na altura do pescoço e completamente desproporcional, graças a um surto de Stephen com uma tesoura em mãos.
Stephen não foi sempre violento. Os primeiros cinco anos de casados, haviam sido perfeitos. Ele era o tipo de marido que chegava toda noite do trabalho com flores e beijava sua mulher com vontade, para mostrar que sentia falta dela durante o dia.
Quando a empresa em que ele trabalhava, faliu, foram que os problemas começaram. Stephen se incomodava até com a forma de Skyler cortar a unha. E ao invés de trazer flores quando voltava da rua, ele trazia uma garrafa de pinga dentro de um saco de papel e um imenso odor de bebida.
Nos últimos três anos, ela não podia questioná-lo a nada. Cada questionamento, vinha seguido de alguma agressão. Começou com um tapinha, que no dia seguinte ele implorou o perdão. E no segundo foi a mesma coisa. Depois do décimo, parou de ser um tapinha e Skyler carrega diversos hematomas pelo corpo.
— Ei, moça? — Skyler olha na direção da voz. Era o atendente da estação de trem. — O trem com destino a Los Angeles, chegou. Pode embarcar. Ele sairá em dez minutos.
A mulher sorri em resposta e se levanta do chão onde estava. Ela caminha até o local de embarque e entrega a passagem ao homem na porta. Seria uma viagem de trinta e seis horas, até o destino final. Então Skyler se encaminha até a área dos leitos, a fim de deitar e esquecer o que estava deixado para trás.
Havia duas camas e uma estava ocupada por uma mulher com cabelos loiros. Skyler se senta na outra cama disponível e puxa seu celular. Ela digita rapidamente uma mensagem, para a única pessoa que poderia lhe ajudar. Quando o trem começa a andar, ela j**a o aparelho pela janela.
[...]
Skyler desperta devido um barulho feito pela sua colega de cabine. Ela leva alguns segundos para perceber que fora isso, e não seu marido agressivo a encontrando.
— Desculpe. — a mulher diz, pegando um livro dentro de uma gaveta. — Esbarrei no móvel.
A mulher loira, encara Skyler minuciosamente. Provavelmente está se perguntando o motivo daquele corte de cabelo totalmente torto.
— Não tem problema.
Skyler boceja e pela janela. O trem permanecia em movimento, mas o dia estava claro. A impressão era que ela tinha dormido apenas por dez minutos, até ter sido acordada.
— Poderia me informar as horas?
— Hmmm... são quase uma da tarde. Você está bem?
— Sim. Eu só... sim.
A loira permanece encarando Skyler, como se quisesse lê-la e entender que tipo de mistério ela estava carregando.
— Bem, eu estou indo almoçar. Caso queira companhia, estarei três vagões a frente.
Skyler apenas confirma com a cabeça e observa a mulher sair. Ela solta a respiração que nem sabia estar segurando e se levanta. Após calçar as sandálias novamente, Skyler se direciona para o banheiro.
Ela encara seu semblante cansado no espelho, passando os dedos com leveza embaixo das olheiras que tinha. Olhando a forma com que seu cabelo estava, Skyler sente vontade de chorar novamente. Ela não reconhecia a mulher que estava diante dela. Abaixo do peso, com uma cicatriz fina no queixo, com cabelo mal cortado... sem contar todos os roxos que tinha pelo corpo, que felizmente estavam cobertos com uma calça jeans e blusa de mangas longas.
Após passar um pouco de pasta de dente na boca, ela sai da cabine, disposta a ir em direção ao terceiro vagão. Antes de conseguir trocar de vagão, um homem sai de um dos leitos sem olhar para os lados e acaba derrubando Skyler.
— Oh, me desculpe!
Skyler ergue o olhar para encarar a pessoa que havia a derrubado e fica levemente desnorteada. O homem alto e negro, a encarava com um olhar preocupado. Ele achou que tivesse a machucado, já que a única coisa que Skyler fazia, era ficar sentada naquele chão, o encarando. Quando na verdade, ela só estava se perguntando se ele o fato dele parecer preocupado com ela, tinha alguma coisa a ver com seu marido.
— Penny, por favor! ALEX! Controle sua filha. Alex se aproxima da parede de escalada infantil e segura a pequena Penelope pela cintura, tirando-a dali. — Nossa filha. — ele diz, beijando o rosto da menina. — Por que você está tão estressada? — Porque aparentemente, essa festa está saindo do controle! A mansão de Alex estava repleta de risos e animação. A festa de Penelope, no seu quinto aniversário, havia se transformado em um verdadeiro evento. No amplo quintal, uma área especial foi destinada às atividades infantis, repleta de brinquedos coloridos e animadores caracterizados como personagens de contos de fadas. Além da parede de escalada, uma enorme cama elástica foi montada, recebendo risadas e pulos incessantes das crianças. Balões coloridos flutuavam pelo ambiente, e mesas repletas de doces, salgados e sucos aguardavam os pequenos convidados. Uma mesa especialmente decorada para o bolo de aniversário ocupava o centro do salão principal. Havia uma área dedicada à pintura fac
De trás da arvore, antes que pudesse sequer erguer o vestido, Skyler nota um par de faróis que se aproxima lentamente de onde eles estão. Stephen também nota e aquilo o deixa alarmado. Rapidamente ele esconde a arma nas costas e ergue o capô do carro, fingindo olhar algo. O carro que se aproximava diminui a velocidade e para ao lado do veículo de Stephen, que continua a fingir uma preocupação fictícia com o capô. O motorista do outro carro, um homem de meia-idade com expressão solidária, abaixa o vidro e questiona: — Tudo bem aí? Precisa de ajuda? Stephen, ainda tentando manter a aparência de alguém com problemas mecânicos, responde de maneira ríspida: — Está tudo sob controle. Só um pequeno contratempo. O motorista do outro carro parece hesitar por um momento, desconfiado da resposta pouco convincente de Stephen. Ele olha ao redor, notando a escuridão da estrada deserta. — Tem certeza? Só há um posto de gasolina agora, depois da fronteira. Eu posso... — Sim! — Stephen exclama,
Skyler estava adormecida no canto do quarto, quando a porta foi aberta bruscamente. Ao olhar para Stephen e o sangue em suas mãos, ela se alarma. — O que você fez? — ela pergunta, sentindo um frio na espinha. Stephen, encarando-a com olhos frios e distantes, limpa as mãos sujas em um pano antes de responder. — Irina estava gritando demais. A questão foi resolvida. O coração de Skyler acelera, com medo e raiva tomando conta dela. Ela se levanta, mantendo distância de Stephen. — Você é um monstro! Como pode fazer algo assim? Stephen ri, um som sem emoção que faz Skyler tremer. — Você não tem ideia do que eu sou capaz, Skyler. Agora vamos. Tenho planos para você. — Eu não vou a lugar algum. Tirando a arma da cintura, Stephen a direciona diretamente para o rosto de Skyler. — Você vai. — ele diz, engatilhando a arma. — Ou eu estouro sua cabeça aqui mesmo. O olhar de Stephen é gélido enquanto mantém a arma apontada para Skyler. Ela engole em seco, sentindo a intensidade da ameaç
Após horas de depoimento, onde Irina contava o que sabia, o detetive reunia as informações, montando um quebra-cabeça complicado. Alex permanecia ao lado de Irina, segurando Penelope enquanto absorvia as revelações perturbadoras. — Então depois de te deixar aqui, Stephen saiu apressadamente... — o detetive refletia em voz alta, conectando os pontos. — Acha que ele voltou para a tal cabana? Irina assentiu. — Com certeza. Ele falou algumas vezes sobre descansar, pois teria uma viagem longa para acontecer. Se minha bolsa não tivesse estourado, provavelmente eu estaria naquele carro com Skyler, sendo levada para sabe se lá onde. — Isso quer dizer que ele pretende sair dos Estados Unidos. — Alex conclui, olhando para o detetive. — Precisamos agir! — Eu já solicitei as imagens das câmeras de segurança do hospital, para que possamos ver o carro em que Stephen estava. Um parceiro está olhando nesse momento. — E essa cabana? Não tem como irmos até lá? — ele se vira para Irina. — Você se
Alex mal esperou Ully terminar de contar o que sabia e a enfiou em um táxi, rumo a casa das irmãs Bennett. — Você? — Haley questiona a presença de Ully, assim que a vê entrar atrás de Alex. Não demora para que ela note os hematomas que Ully carregava no rosto. — Alex... — Conseguiu alguma coisa no celular da Skyler? — Não... não chama. E como o rastreador consta como desligado, não tenho acesso a última localização. Aquilo deixa Alex ainda mais desesperado. Ele começa a andar de um lado para o outro, se odiando por ter deixado Skyler sozinha e se sentindo inútil por não saber o que fazer. Haley olha para o amigo e depois para a mulher encolhida no canto de sua sala. Não demora para que ela consiga entender o que provavelmente está acontecendo. Hal pega seu telefone e liga para a única pessoa que poderia ajudá-los a resolver aquilo. — Detetive Vasquez. — Minha irmã foi sequestrada. — ela diz, fazendo com que Alex a olhe. — E foi justamente aquele que vocês deveriam manter longe
Horas se passaram desde que Skyler entrou no carro com Stephen e eles ainda não haviam chegado ao destino final. Skyler tentava questioná-lo sobre o lugar que estavam indo, sobre como Irina estava ou até mesmo Ully, mas o homem se manteve em silêncio e com a arma apontada na direção dela. Eles adentraram uma curta estrada de terra, após horas de estrada de concreto. Com a ajuda dos faróis altos do carro, Skyler pode ver uma pequena cabana de madeira. Ela não conseguia enxergar, mas sabia que tinha água por perto pelo cheiro. — Desce. — Stephen ordena. — E sem gracinhas. Skyler, embora atordoada e amedrontada, obedece à ordem de Stephen. Ela sai do carro com cuidado, sentindo o terreno irregular sob seus pés. A cabana à sua frente parece isolada e envolta em uma escuridão densa, apenas os faróis do carro fornecem uma visão limitada. Stephen segura o braço dela com truculência e a empurra para a frente. Empurrando a arma em suas costas, ele faz com que ela ande até a cabana. Os três
Último capítulo