Meredite
Cruzei as pernas lentamente, deixando o salto agulha reluzente balançar no ar, enquanto apoiei o braço no encosto de couro branco da minha poltrona italiana. Sentia o toque frio da taça de vinho na minha mão, um Cabernet Sauvignon importado, safra rara. O cristal brilhava sob a luz dourada do meu lustre Baccarat. A sala inteira parecia feita para refletir poder. E era exatamente para isso que existia.
O tapete persa estendia-se sob os meus pés impecáveis, a lareira de mármore ardia com chamas perfeitas mesmo sem necessidade — porque luxo não precisava de lógica, precisava de impacto. À minha frente, uma parede inteira de vidro exibia a cidade iluminada. O céu noturno se misturava às luzes dos prédios como se o mundo estivesse ajoelhado aos meus pés.
Suspirei, relaxando contra a poltrona, enquanto sentia o vinho deslizar encorpado pela minha língua. Nada me dava mais prazer do que essa sensação: controle absoluto. Era isso que movia o mundo. Não amor, não paixão, não dinheiro.