POV CATARINA
Cecília não diminuía a velocidade. Eu temia cair a qualquer momento.
A única coisa que pude fazer foi deitar meu rosto sobre a crina dela e aguardar o pior… mas ele não veio.
— Cecília! Pare! — ouvi uma voz firme gritar ao longe.
Ergui a cabeça e lá estava ele: José Eduardo, observando tudo de longe.
— Meu Deus, obrigada.
— Cecília, pare agora. Vamos! — ele ordenava.
Aos poucos, Cecília foi se acalmando e diminuindo o ritmo.
Pareceu entender que estava tudo bem.
Inclusive, relinchou — quase de alegria — ao ver José Eduardo. Bateu com o casco no chão e trotou suavemente até o dono.
Agora, a égua mais parecia um cãozinho dócil indo ao encontro do tutor.
— Boa menina, boa menina… — disse José Eduardo, acariciando seu pescoço.
Eu tentava retomar o fôlego. Abri um sorriso ao encontrar o olhar de José, mas ele não sorriu de volta, como eu esperava.
— Pode me ajudar a descer? — pedi.
Sem dizer uma palavra, ele estendeu a mão e praticamente me pegou no colo.
O silêncio me incomod