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2. JOSE EDUARDO É DETESTÁVEL

POV JOSÉ EDUARDO

Ao descer do carro, fui pego de surpresa.

Esperava encontrar uma mulher feita, maquiada demais, ou até vulgar.

Mas não.

Era apenas uma garota baixa, de corpo frágil, e com um olhar assustado… como o de um cão abandonado.

Meu coração disparou, como se um tambor tivesse explodido dentro do peito.

“Que porra é essa?”, pensei, atônito.

Meu corpo inteiro reagiu ao vê-la, trazendo de volta memórias que eu jurava ter enterrado.

“Não deixa nenhuma mulher brincar com a sua cara de novo, parceiro”, lembrei a mim mesmo.

Mas foi inútil.

Minhas certezas simplesmente desmoronaram.

Eu deveria atacá-la, manter distância, ser frio.

Só que o que brotou em mim foi diferente.

Um vacilo. Um perigo.

“Merda…”

E vacilei. Por apenas um segundo.

Depois me recompus, fechei a cara e caminhei até onde meu pai estava com a garota.

Não ia deixar que um rostinho doce e frágil me desmontasse.

Eu não ia.


POV CATARINA

O perfume chegou antes dele.

Um cheiro amadeirado, marcante.

E então, José Eduardo.

Alto, presença forte, olhos profundos que me atravessaram como uma lâmina.

Eu soube, no mesmo instante, que aquele corte seria profundo — só não imaginava quanto.

— José Eduardo, essa é sua prima, Catarina.

— Eu sei, pai. O senhor já tinha mandado mensagem.

Ele me examinou de cima a baixo. Senti que demorou mais do que devia no meu colo… mas talvez fosse só impressão.

Meu coração acelerou, ignorado na conversa como se eu não estivesse ali.

— Então trate-a como ela merece — disse tio Nestor, firme.

José Eduardo riu, uma risada seca, cruel.

— Tá de brincadeira? A gente nem sabe se essa garota é quem diz ser.

Engoli em seco, a indignação queimando.

— Como é que é? — retruquei, a voz falhando. — Acha que eu inventei isso tudo?

Ele se aproximou devagar, como quem saboreia cada segundo do confronto. O calor do corpo dele, o perfume, tudo me cercou.

— Nunca se sabe, princesa. Aparece do nada, dizendo ser sobrinha de um milionário… conveniente demais. Quero ver provar.

— José Eduardo, basta! — a voz do meu tio cortou o ar.

Mas ele não parou.

— O senhor devia pensar melhor antes de trazer uma estranha pra dentro de casa. Vai que ela é uma golpista.

— Eu nunca roubei ninguém! — protestei, as lágrimas ardendo. — Isso é injusto!

Tio Nestor me puxou para um abraço protetor.

— Não escute ele, Catarina.

Mas as palavras já tinham ferido fundo.

— Talvez ele tenha razão… talvez eu devesse voltar pra casa.

— De jeito nenhum! — retrucou meu tio. — Você fica.

José Eduardo arqueou a sobrancelha, com um sorriso torto entre desdém e algo que eu não consegui decifrar.

— Essa carinha fofa não me engana. Só meu pai mesmo pra cair na sua historinha de mocinha indefesa. — Ele se inclinou, perto demais, o olhar queimando sobre o meu rosto. — Eu reconheço vigaristas de longe.

Meu corpo reagiu antes da razão. Raiva, medo… e algo que eu não queria sentir.

— Corine! — chamou meu tio.

A governanta apareceu, elegante, sorridente.

— Leve Catarina até o quarto dela — ordenou.

— Vamos, querida — disse Corine, doce.

— Eu… eu vou embora. Isso foi um erro.

— Primeiro entre. Depois conversamos com calma — insistiu meu tio para mim — E quanto a você, José Eduardo, venha comigo. Vamos conversar sério sobre o que aconteceu aqui!

— Com todo prazer, pai. Alguém precisa colocar juízo nessa sua cabeça — murmurou José Eduardo, passando por mim como um furacão. O ombro dele quase roçou no meu. Prendi a respiração.

O cheiro dele ficou no ar, junto com a certeza cruel: eu não era bem-vinda.


Corine me conduziu pelos corredores dourados da mansão, tentando disfarçar o peso que esmagava meu peito.

O ambiente era imenso, luxuoso… mas frio. Nada ali tinha meu cheiro, minha história, minha vida.

— Vai adorar o seu quarto — disse ela, carinhosa.

Assenti em silêncio. Ela me deixou no quarto, sozinha. Croine foi carinhosa.

Depois de um banho longo, envolta no roupão macio, finalmente pude respirar. A água levou parte da dor, mas não a sensação de estar perdida.

Foi então que bateram à porta.

Achei que fosse Corine. Ou meu tio.

Mas não.

O mesmo perfume amadeirado chegou primeiro.

José Eduardo.

Encostado no batente, braços cruzados, olhar carregado de reprovação… e algo mais.

— Podemos conversar, garota? — disse baixo, firme, como se eu não tivesse escolha.

Meu coração disparou diante dos olhos negros deles me envolvendo. Sua presença quase que me devorava.


Eu não estava pronta para um embate.


Nota da autora: Se você achou que ia parar por aqui… está enganada. Esse é só o começo! 😏🔥

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