POV NATHALIA
Eu estava no meio da sala, sentada diante da mesa abarrotada de catálogos e amostras de convites, quando a notícia caiu sobre mim como uma pedra no peito.Minha mãe falava sem parar, comparando os tons de dourado, medindo os papéis com o olhar crítico, discutindo qual fonte “comunicava mais prestígio”. Eu, perdida, fingia interesse, embora meu coração não estivesse em nenhuma daquelas letras elegantes.De repente, uma das empregadas entrou sem ser anunciada. Os olhos dela estavam arregalados, as mãos torcendo o avental.— Dona Nathalia… — a voz saiu trêmula. — A senhora soube? A vó Dorinha… ela morreu.A xícara que eu segurava escapou da minha mão e caiu no chão. O estilhaço se espalhou pelo tapete persa, e o café se infiltrou nas fibras caras, mas ninguém se importou.— O quê? — Minha voz saiu em choque, quase um grito. — Isso não pode ser verdade!— É sim, senhora. — a moça abaixou a cabeça, como quem teme