POV CATARINA
Acordei com o cheiro de café fresco. O quarto estava banhado por uma luz suave, filtrada pelas cortinas claras que balançavam com a brisa da manhã. Por um instante, acreditei que tudo não tinha passado de um pesadelo. Mas ao mover os braços, senti a dor nos pulsos. As marcas vermelhas, ainda inchadas, eram a lembrança cruel da fita que me prendeu por horas. O corpo latejava, e o ventre se contraía em ondas leves que me lembravam do risco que tinha corrido.A porta se abriu devagar.José.Ele entrou carregando uma bandeja, vestindo apenas uma calça jeans escura. O peito nu brilhava de suor, marcado pelos músculos rígidos e firmes — devia ter voltado de algum treino com Gaspar, ou talvez de uma reunião escura, daquelas que eu preferia não imaginar. Os ombros estavam mais largos, a postura mais imponente. Ele parecia ocupar todo o espaço.Mas o que mais me prendeu foi o olhar.Não era mais o mesmo homem que eu conheci,