Ciara Carroll
Um ano se passou desde que fui levada da casa dos meus pais. Viro no pequeno colchonete que eles dizem que é minha cama e tento pensar mais uma vez em como me matar. Nesse momento da minha vida, eu a abraçaria como uma doce amante saudosa.
— Ciara? — ouço a voz doce de Fabrizia.
Uma italiana que acabou sendo vítima no golpe na promessa de emprego. Ela foi escravizada e estava alocada no mesmo prostíbulo que eu em Versalhes.
— Já acordei!
Na verdade, mal havia dormido. A noite tinha sido complicada demais.
Suspiro e viro de frente para ela. Fabrizia assim como eu, estava passando por dificuldade de aceitar o destino que nos foi apresentado e, a cada oportunidade que nos aparecia, tentávamos escapar daquele lugar.
Prefiro a morte do que continuar aqui nesse lugar…
— Ouvi essa noite que iremos para Milão. — A tristeza em sua voz chama a minha atenção.
— Se conseguirmos fugir, você já estará em casa. Mas eu vou precisar de muita força de vontade para voltar para a Irlanda.
—