O céu amanheceu encoberto, como se o mundo lá fora refletisse o turbilhão dentro de Noah. Ele estava sentado na beira da cama, o celular em mãos, esperando uma resposta que não vinha. O e-mail enviado a Simon ainda não havia sido lido. Nenhuma notificação. Nenhuma palavra sequer.
Mas o silêncio não era vazio. Era cheio de lembranças.
Ele fechou os olhos e, como se puxado por uma força invisível, voltou àquela noite — a última que estiveram juntos. A noite que o marcou para sempre.
Era uma sexta-feira abafada. Simon havia passado o dia inteiro em sua casa, como fazia com frequência naquela época. Os dois eram inseparáveis, amigos que se entendiam com um olhar, que compartilhavam sonhos, medos, e uma intimidade que ia além das palavras.
À noite, Simon estava inquieto. Sentia dores no peito, febre leve, e um desconforto que o deixava irritado e vulnerável. Foi naquela ali que soube sobre a galactorreia, condição que enfrentava desde a adolescência, estava mais intensa. Os seios inchad