Mundo ficciónIniciar sesiónO conto narra a história de Noah e Simon, dois amigos que enfrentam uma situação inesperada e delicada. Simon sofre de um distúrbio hormonal raro que faz com que seus seios produzam leite, causando-lhe dor e febre quando não consegue esvaziá-los. Durante uma noite na casa de Noah, Simon esquece de levarW sua bombinha para retirar o leite, e Noah, preocupado com o estado do amigo, decide ajudá-lo de uma maneira inusitada: sugando seus seios para aliviar a dor. Esse ato de intimidade inesperada fortalece ainda mais a amizade entre os dois, mas também desperta sentimentos e desejos que ambos não sabem como lidar. Ao longo do conto, os personagens exploram suas emoções, enfrentam suas inseguranças e descobrem um novo nível de conexão e afeto, culminando em uma relação que transcende a amizade e se transforma em algo mais profundo e complexo.
Leer másNOAH BENSON
Simon chegou na escola nova numa terça-feira de sol calado. Ainda no fundamental, com a mochila maior que ele e os olhos perdidos entre corredores desconhecidos. Noah o viu de longe, sentado sozinho no banco perto da quadra, desenhando no caderno enquanto o recreio acontecia em volta dele como um ruído abafado. Havia algo em Simon que não tentava agradar, e isso intrigou Noah mais do que qualquer coisa. —Legal esse dragão — foi a primeira coisa que disse. Simon olhou surpreso, depois sorriu. —É um basilisco — Foi assim. Uma frase, um sorriso, e a amizade nasceu sem cerimônia — como nascem as amizades que duram. Os anos passaram com videogames, desenhos compartilhados, tardes na casa da avó de Noah e uma cumplicidade silenciosa. Eles sabiam o que o outro estava sentindo mesmo sem falar. Mas o ensino médio trouxe mudanças: novos corpos, novos medos, novas verdades difíceis de esconder. Simon começou a evitar certas atividades — educação física, por exemplo. Usava moletons largos, mesmo no calor. Noah percebeu, mas respeitou o silêncio do amigo. Até aquela noite em que foram dormir na casa de Noah, e Simon teve febre. Estava envergonhado, com o rosto úmido de dor e vergonha. Noah — Simon, você está bem? — Pergunto, minha voz carregada de preocupação. — Vai dormir, Noah. Eu estou bem... uhmmm. Seu tom soa arrastado, e uma expressão de desconforto cruza seu rosto. Franzo a testa, inquieto. — Cara, por que está gemendo? Está sentindo dor? Você está suando pra caramba. Movo-me rapidamente e coloco a mão em sua testa. O calor intenso me faz recuar ligeiramente. — Simon, você não está bem porra nenhuma. Você está ardendo em febre! Vou ter que chamar a mamãe... Dou um passo para trás, decidido a buscar ajuda, mas antes que eu possa me afastar, sinto sua mão agarrar firmemente meu braço, impedindo-me de levantar-se. Seus olhos estão semicerrados, e sua respiração irregular. — Não, Noah… eu… eu vou ficar bem. Assim que amanhecer, eu vou pra casa e resolvo isso... uhmmm. Seus dedos apertam meu braço por um instante antes de afrouxarem, como se toda sua força estivesse se esvaindo. — Cara, deixa eu chamar minha mãe, ela pode ajudar. Sei lá, te dar um remédio, fazer alguma coisa. — Minha voz carrega preocupação enquanto observo seu rosto suado e tenso. Simon balança a cabeça lentamente, seu olhar perdido no teto. — Não... uhmm... ela não poderá fazer nada. Eu já estou acostumado. Vai dormir, eu aguento até de manhã… Passo uma mão pelos cabelos, frustrado. — Eu não vou conseguir dormir com você assim, Simon... deixa eu te ajudar. Me diz o que você tem. Ele desvia o olhar, cerrando os lábios por um instante. — Você não vai entender… me deixa quieto. Minha inquietação aumenta. Hesito por um instante e, então, estendo a mão, pousando-a sobre seu peito, na região do tórax, tentando entender se há algum ferimento. Assim que meus dedos tocam sua pele, ele solta um gemido alto e seu corpo enrijece. Minha expressão se contorce em preocupação imediata. — O que você tem aí, cara? Tem algum machucado? Levou alguma pancada? — Para de fazer perguntas, Noah. Vai dormir e me deixa quieto. — Sua voz soa tensa, irritada, mas há um peso nela que me faz hesitar. Meu peito aperta. — Me deixa ver, Simon. Me deixa te ajudar. Você está me deixando nervoso. Ele vira o rosto para o lado, evitando meu olhar. Seus ombros tremem ligeiramente. — Você não vai entender... — Sua voz vacila, e então ele começa a chorar. — Ninguém entende. Você também não vai querer ser mais meu amigo. Eu sou uma aberração, cara. Minha garganta seca. Meu coração b**e forte. O que pode ser? O que ele tem que o deixa assim? Me inclino um pouco mais para perto, minha expressão firme, mas suave. — Você é o meu melhor amigo, Simon. Confie em mim. Me deixa te ajudar. Simon veste um moletom com zíper na frente. De repente, me dou conta de que, desde que nos conhecemos, nunca o vi sem camisa. Ele está sempre coberto, seja com camisetas largas ou com aquele moletom que parece uma espécie de escudo. Além disso, usa uma faixa cobrindo a região dos seios. Meu olhar se detém nesse detalhe, algo que nunca questionei antes. Seu corpo é um pouco mais cheio que o meu—não exatamente acima do peso, mas longe da definição atlética da maioria dos caras da escola com quem andamos. Sempre achei que ele não tirava a camisa por vergonha, por não querer expor um corpo que não se encaixava nos padrões. Mas agora, algo me diz que há mais do que isso. E Ele continua gemendo e respirando com intensidade. O suor escorre por sua testa, sua expressão uma mistura de dor e angústia. Minha inquietação cresce. Tento abrir seu moletom para entender o que há de errado, mas ele reage imediatamente, segurando meu pulso com força. — Não! — Sua voz sai trêmula, quase um grito. Mas eu insisto. Tento novamente, minha determinação se sobrepondo à resistência dele. Com um movimento mais firme, consigo abrir o zíper—e então congelo, meu coração disparando com o choque do que vejo. — Cara… o que está acontecendo? O que é isso? — Minha voz sai alarmada, quase vacilante. Os seios dele são maiores do que o normal para um homem, os bicos bem pontudos, a pele avermelhada, tensa. Há algo visceral na cena, algo que eu não consigo compreender de imediato. Ele se encolhe, as lágrimas escorrendo pelo rosto. — Me deixa em paz, Noah… — A dor em sua voz é cortante, quase insuportável. Mas eu não consigo recuar. Meu peito aperta com a necessidade de entender. — Só me explica… para eu poder te ajudar, Simon. — Insisto, minha mão ainda pairando próxima ao tecido aberto. — Eu já falei que ninguém entende… — Ele chora, sua voz embargada de frustração e desespero. — Eu nasci com um distúrbio hormonal. E… meus seios produzem leite… Ele desvia o olhar, como se as palavras fossem difíceis demais de pronunciar. — Isso ocorre devido a um fenômeno chamado galactorreia, que é a secreção de leite sem relação com gravidez ou lactação. É um caso raro em homens, mas acontece… e eu fui um dos sorteados pelo destino. Seu tom vacila, como se a revelação trouxesse alívio e, ao mesmo tempo, um peso imensurável. Minha mente trabalha rápido, tentando processar o que ele acaba de dizer. — Você produz leite? — Murmuro, quase para mim mesmo. E então tudo começa a fazer sentido—o inchaço, os bicos protuberantes, a tensão na pele.Simon Duarte Cheguei em casa com o corpo travado. Cada músculo parecia preso, como se eu tivesse corrido uma maratona sem sair do lugar. A conversa com o pai do Noah ainda martelava na minha cabeça. E o jeito que o Noah me olhou na escola, com medo e carinho ao mesmo tempo, só deixou tudo mais bagunçado. Nosso momento em sua casa a poucas horas atras, ainda arde em minha pele. Seu cheiro ainda está em mim Joguei a mochila no canto do quarto e sentei na beirada da cama. Respirei fundo. Queria que aquilo fosse só um pesadelo. Mas não era. Infelizmente era real. E eu não fazia ideia de como lidar com isso. Ouvi passos no corredor. Minha mãe bateu na porta com aquele jeito dela, leve, mas firme. — Oi, filho. Tudo certo? — Tudo — respondi, sem olhar pra ela. Ela entrou, se sentou ao meu lado. Ficou quieta por uns segundos. Mas o silêncio dela não era vazio. Era aquele tipo de silêncio que te obriga a falar. — Você chegou diferente hoje. Mais calado. Aconteceu alguma coisa? — Só um
Noah Benson Cheguei em casa com o peito apertado, como se tivesse levado um soco e ainda estivesse tentando respirar. A conversa com o Simon na escola não saía da minha cabeça. O jeito que ele me olhou, como segurou minha mão mesmo com medo. E principalmente o que ele me contou: meu pai o expulsou. Disse que não queria que eu fosse “influenciado por alguém como ele”. Como se amar alguém fosse contagioso. Como se eu tivesse pego alguma coisa. Subi as escadas devagar, tentando evitar o encontro inevitável. Mas meu pai estava na sala, sentado, como se já soubesse que eu ia chegar com sangue fervendo. — Precisamos conversar — ele disse, direto. — Já sei o que você fez — respondi, sem rodeios. — Expulsou o Simon. Humilhou ele. — Eu fiz o que qualquer pai faria. Protegi meu filho. — Protegeu de quê? De alguém que me ama? De alguém que me respeita? Ele se levantou. O rosto duro, sua voz firme. — Você sempre foi um garoto normal, Noah. Nunca me deu motivo pra preocupação. Mas agora..
Simon Duarte Fiquei parado por uns segundos, encarando o Sr. Benson como se tentasse entender se ele realmente tinha dito aquilo. “Você é gay.” Não era só sobre mim. Era sobre o Noah. Sobre nós dois. Sobre o que ele achava que éramos — ou que não deveríamos ser. Engoli em seco. — Com todo respeito, Sr. Benson... o que o senhor está dizendo é preconceito. Eu nunca fiz nada de errado aqui. Nunca desrespeitei sua casa, nem seu filho. Ele cruzou os braços, o olhar duro como pedra. — Você pode achar bonito esse discurso, mas eu conheço esse tipo de influência. Meu filho não era assim antes de você. Quis rir. Não por deboche. Era a raiva me consumindo. Como se amar alguém fosse uma contaminação. Como se eu tivesse o poder de moldar quem o Noah é. — O Noah é quem ele é. E se o senhor não consegue enxergar isso, talvez o problema não esteja em mim... nem nele. Ele se aproximou, o rosto tenso, a voz baixa e cortante. — Saia da minha casa. Agora. Senti o chão se mover sob meus pés. Nã
Simon Duarte A luz da manhã entrava pela janela, mas o quarto ainda tinha cheiro de noite. Cheiro do nosso corpo, do suor, de leite, de pele. Noah dormia ao meu lado, com a boca encostada no meu peito, sugando devagar, como se o corpo dele ainda não tivesse entendido que o tempo passou. Eu estava acordado. E duro, cheio de tesão e vontade dele. Não só por causa do toque dele, mas pelo que a gente viveu. Pelo que a gente ainda queria viver. Sua boca ainda me sugando, sua vulnerabilidade e a minha. Passei a mão no cabelo dele, devagar. Ele se mexeu, abriu os olhos, e me olhou com aquele jeito que me desmonta. Sua calma, seu carinho... e desejo. — Você está acordado — ele murmurou, com a voz rouca. — Estou. E pensando em você. Ele sorriu, preguiçoso. Mas os olhos diziam outra coisa. Fome. — Vem cá — ele disse, puxando minha cintura. Me deitei sobre ele. A pele quente, o quadril encaixando no meu. A respiração dele acelerou. A minha também. — Me beija — ele pediu, com a boca entr
Simon Duarte A noite caiu de vez, mas o quarto ainda guardava o calor do que a gente viveu. Eu estava deitado ao lado do Noah, com o corpo mole, a cabeça cheia, e o coração batendo num ritmo que não combinava com o silêncio lá fora. O toque dele ainda estava na minha pele. A boca dele nos meus mamilos, a mão entre minhas pernas, o jeito como ele me olhava como se eu fosse tudo. A gente não transou de novo, mas foi quase. E foi intenso. Foi íntimo. Mas agora, com a casa em silêncio e os pais dele lá embaixo, eu sentia o peso do mundo voltando. A tensão no jantar, os olhares, as palavras cortantes. Tudo aquilo ainda ecoava. — Você está acordado? — perguntei, virando o rosto pra ele. — Estou — ele respondeu, sem abrir os oolhos. Ainda está mamando, quieto e tranquilo- Pensando. — No quê? — No que vem depois. No que a gente vai ter que enfrentar. Fiquei quieto por um tempo. Depois falei: — Eu não sei se consigo encarar isso todo dia. O julgamento das pessoas, a dúvida sobre o q
Noah Benson Simon desceu as escadas devagar, vestindo a mesma camiseta larga de sempre, mas eu percebi que os ombros dele estavam mais curvados. Ele estava nervoso. O jeito que ele segurava a barra da camiseta, o olhar baixo, tudo nele gritava desconforto. Quando entrou na sala de jantar, tentou sorrir. Mas o ambiente já estava carregado. A mesa estava posta, a comida servida. Mas o silêncio… era absoluto. — Boa noite — disse Simon, educado, tentando parecer à vontade. — Boa noite — respondeu minha mãe, sem olhá-lo nos olhos. Meu pai nem respondeu. Mexia no prato com o garfo, concentrado em cortar um pedaço de carne como se aquilo fosse mais importante do que qualquer presença. Puxei a cadeira ao lado da minha, convidando Simon a sentar. Ele hesitou por um segundo, depois se acomodou, com o corpo tenso. — Tem arroz, podem se servir — comentou minha mãe, tentando soar casual, mas o tom era duro. — Espero que gostem. A cada troca de olhar entre meus pais, havia julgamento. Silen
Último capítulo