Petrus Ritter, é um importante advogado afiliado ao G-MECA, uma importante empresa gerida pelo ambicioso Herbert Diehl Stein, renomado CEO que conquistou a Oceania e países do ocidente com estratégias eficazes capaz de lucrar milhões em um único dia. Porém, velho demais e tratando de um Alzheimer avançado, a presidência da Mallmann, cai nas mãos do inexperiente e arrogante Saymon Stein, filho único do empresário. Angelina, mãe de Saymon, então recorre a Petrus, pessoa próxima da família e pede que encontre o mais rápido possível alguém que possa mudar os trâmite da falência e auxiliar o rapaz nos negócios. Petrus, decide usar uma ferramenta até o momento inutilizada, seu próprio sobrinho, Adam Becker, na reconstrução do jovem empresário. Formado em Direito na Universidade de Valenza, o jovem de vinte e cinco anos parte de Thyssen, para o aglomerado de Rose Ruschel, nos confins da cidade de Thirro, o mais importante centro financeiro de Nebrava, onde toda a riqueza é posta sobre à mesa. No início, Adam tenta recriminar certas atitudes tomadas por Saymon, gerando desconfortos e atritos. Porém, logo se aliam e o desejo infernal de conquistar tudo, torna-se pequeno quando o assunto é voltado para o amor. Sensações prazerosas são mais eficazes que o controle e o poder, porém menor comparado a luxúria e devassidão. E quando face e cara são descobertas, Saymon se une ao verdadeiro para completar sua vingança.
Leer más— Mas o que está me pedindo é um absurdo, tio!
Petrus Ritter sabia muito bem disso, porém não havia alguém mais capacitado e de sua confiança o qual pudesse exercer o cargo.
— Eu sei disso Adam, mas veja pelo lado bom...
— Não tem um lado bom, tio. Não irei deixar meu trabalho para cuidar de um marmanjo rebelde. — retrucou. Apanhou a taça com água à qual estava em cima da mesa e tomou um gole. — E além do mais, também tenho contrato a cumprir.
Ritter suspirou fundo e olhou ao redor.
— Quer passar a vida inteira aqui, sobrinho? — perguntou num tom de deboche indicando para o piso. — Eu paguei seus estudos para ser um advogado de renome, não foi à toa que coloquei você em Valenza.
— Eu o agradeço demais por isso. Prometo recompensá-lo um dia.
Petrus ergueu uma sobrancelha e sinalizou silêncio. Seria sua vez de começar a colocar tudo a limpo.
— Esse é o momento de me recompensar. Não que eu o esteja cobrando, não pense isso de mim, Adam. É que estou ficando velho e gerir os problemas da família Stein, tem me deixado cada dia mais cansado. — fungou alisando as mãos uma na outra. — Saymon é um bom rapaz, pode aprender rápido contigo e logo esse pesadelo acaba.
Adam repousou o cotovelo direito sobre a mesa de vidro, enquanto olhava ao redor.
— Ainda não sei se devo aceitar. Ganho um bom salário como assistente do Dr. Scherer.
— Assistente, Adam? Pensei que tivesse um pouco mais de ambição— Ritter levantou da cadeira giratória no cômodo com pouco mais de vinte metros quadrados e enfatizou. — Sabia que pode ganhar mais do que recebe aqui? Aumento a oferta se quiser. Que tal dois milhões de dólares quinzenais?
Adam engoliu em seco. Era muito dinheiro, principalmente num país onde a inflação estava abaixo dos dois por cento.
— Está falando sério, tio?
Ritter assentiu, presunçoso.
— Angelina é uma boa mulher. É doloroso demais lidar com o marido perdendo aos poucos as boas recordações. Ela se preocupou demais sendo o braço direito dele, que esqueceu completamente de trilhar o filho no caminho certo. — ponderou olhando direto para uma foto em cima da mesa de Adam. — Se não me ajudar a ajudá-la, Adam, ela será uma pessoa muito infeliz na vida. E, sim, dois milhões por quinzena.
Adam sabia onde o tio queria chegar. Seus olhos atentos àquela imagem que transmitia muitas idas e vindas do destino, a algidez aliada ao prazer dos verões quentes, remetia. Ritter fora um homem de sorte, mas também azarado na vida.
— Se eu por acaso aceitar, como vai ser? Vou instruir um marmanjo a comandar uma empresa gigante? Só isso?
Ritter tinha os olhos pessimistas, porém a fala de Adam era como um adiamento do sim.
— Mais ou menos. Saymon é difícil, mas aprende fácil. Terá de fazer a agenda mensal dele, ajudá-lo nos contratos e reuniões, encontrar novos compradores e vesti-lo formalmente. Você será um...
— Babá! Não precisa dizer mais nada, tio Ritter. Pode preparar o contrato, eu assino.
O sorriso de vitória tomou espaço nos lábios ressecados do velho advogado, finalmente fizeram a pessoa certa concordar com o trabalho mais fácil do mundo e que lhe geraria alguns milhões na conta bancária todo final de mês. Mas seria tão simples assim? Adam, porém, nem imaginava o lugar no qual estava se metendo.
Quando Saymon entrou naquele quarto, foi como se não houvesse mais o passado e tudo que ligasse agora ao presente, estivesse ali repousado sobre aquela cama de hospital. A despeito de, continuasse retórico havia algo de novo naquilo tudo, embora a percepção fosse infeliz.Saymon caminhou lentamente até o leito do rapaz e levou as mãos receosos as deles num ato puro de covardia, pois temia que Adam não sentisse o mesmo por ele, ainda que o mais novo tivesse demonstrado de sua forma. O toque sutil fez Adam abrir os olhos e encarar aquele homem e o fogo da paixão acender rapidamente em seu coração.— Como está?— Bem — respondeu ele com um pouco de dificuldade —, mas creio na minha melhora progressiva. — Salientou.Saymon abriu um sorriso.— Fiquei muito preocupado quando soube do atentado…— Não quero falar sobre este assunto, Saymon.— Tudo bem! Não vou insistir.— Desculpa pela forma com falei — ele tentou se redimir — Minha vida virou de cabeça para baixo depois haver aceitado aquele
Quatro dias, foi o tempo que levou Saymon até obter alta médica. Era uma manhã chuvosa em Thirro, chuva de verão como conheciam todos os pouco mais de um milhão de habitantes da cidade.Tomou banho, mudou de roupa e estava mais aliviado em saber que seus inimigos haviam morrido, embora não compactuasse deliberadamente com aquela arte grotesca. Sob a supervisão de Aaron, demitiu todos os envolvidos no esquema, mas foi de longe, à visita de seu suposto pai que cadenciou incontáveis sussurros. Ora, o motivo simples já que Steven, na verdade, nunca existiu, mesmo estando ele, naquela ficha extensa de visitas prioritárias. Steven, para ser bem sincero, era a ilusão de Kennedy, restringia-se a isso apenas. Seu pai continuava sendo o velho Herbert Stein. O braço ainda doía, mas não tanto. Naquela manhã de sexta-feira, preocupou-se primeiro em visitar Adam, pois todas as tentativas haviam sido falhas. Adam, acompanhado de sua tia, Mayla, estavam em um quarto do hospital. Claro, ele havia me
Saymon acordou assim que Bernardo, um dos enfermeiros responsáveis por avaliá-lo, abriu a porta. — Está se sentindo melhor? — perguntou o rapaz, cruzando os braços acima dos peitos destacados no jaleco branco. — Espero que bem!Saymon suspirou fundo.— Melhor, um pouco — respondeu vazio, talvez ainda envergonhado— Minha mãe e a Claire, já foram?— Infelizmente, sim. Mas tem um rapazinho aguardando para visitá-lo.— Quem?Bernardo semicerrou os olhos à procura do nome em seu tablet e não custou para localizá-lo.— Nicolas Benjamin — disse o enfermeiro —, alegando ser seu primo. Deixo-o entrar?Saymon errou bastante com Benjamin, principalmente ao seduzi-lo e levá-lo para cama, e merecia pedir perdão, embora soubesse do gênio nada peculiar do garoto.— Mande-o aqui. Tem alguém mais na sua lista?— Wallace, aquele seu amigo e Steven, que diz ser seu padrinho. Alguma ressalva?Ele tremeu ao ouvir o nome de seu verdadeiro pai, segundo as palavras de Kennedy. — Nenhuma. Pode permitir a en
— Você esqueceu a chave do carro e voltou para pegar, foi isso? Indagou o delegado Gustav Schneider, conhecido naquela cidade como “o caçador” embora relutasse um pouco com a alcunha de longa data, gostava quando a imprensa o chamava o apelidava daquela forma: aumentava sua autoestima um tanto elevada. Mas não era apenas pundonor, Gustav Schneider costumava tirar evidências e confissões num piscar de olhos, além de desbravar tentativas e assassinatos em poucos dias, colocando os malfeitores atrás das grades.Na cadeira dos “réus” estava Aaron Stein. O sobrenome de peso não o fez torcer o nariz, ainda que quisesse, claro.— Sim, senhor.— E qual o intervalo de tempo entre sua saída do apartamento do jovem Adam Schultz Becker e seu retorno? — Perguntou. Lógico que Schneider já havia visto os vídeos das câmeras, fez uma petição assim que soube do ocorrido. — Uns quinze minutos, eu acho. Um pouco menos, talvez!Vilma Weber, a escrivã, estava atenta a cada detalhe e digitava com certa
Kennedy abriu um amplo sorriso.— Está mesmo disposto a pagar um alto preço pela liberdade daquele moleque? Saymon afrouxou o nó da gravata e correu com a língua por cima de seus lábios.— Sim, estou.— Acho que eu não escutei direito. Pra falar a verdade, passei por uma lavagem nos ouvidos há uma semana — deu um sorrisinho, assistindo o assombro de Saymon —, se puder repetir… eu agradecerei. Ódio. Era ódio e raiva, uma junção imperfeita e equilibrada que Saymon sentia naquele momento. Sua vontade de acabar com Kennedy, havia ultrapassado todos os limites, mas embora o anelo fosse mais forte, Adam corria perigo real de vida.— Estou disposto — ele disse, secando o suor do pescoço. — Qual é seu preço?Kennedy o estudou durante um tempo.— Sua empresa…— Minha empresa? — indagou dando um sorriso— Enlouqueceu, por acaso? Kennedy repousou as mãos na altura da cintura e sacudiu a cabeça.— É um bom preço, não acha? Eu vejo como uma troca justa!— Justa?— Sim, justa. Embora aquele loiri
O silêncio nunca foi e jamais seria algo ritualístico por parte de Saymon, ainda que em sua frente houvesse um fantasma, uma alma que naquele mesmo dia descobriu estar morto e, agora, vivo. Como recapitular? Ele buscava respostas certas, porém, se prestou a observar Kennedy passeando com as mãos no bolso da calça espiando os quadros comprados na Itália, os pequenos móveis vindo do Brasil e, mais ao canto, uma pequena adega.Solitário em sua cadeira, tentava recobrar mais lembranças, pois hodiernamente, via Kennedy como uma sombra… somente isso.— Depois de muitos anos, por que agora?Kennedy apanhou um vaso e analisou calmamente, fingindo não ter ouvido o questionamento de Saymon.—Sabe que amo esse tipo de cerâmica? São minhas obras de artes favoritas! — afirmou encarando o rapaz. —Lembro nitidamente de um dia ter o levado no Grand-Pierre, o Museu da cidade. Você ficou impressionado, parecia estar em outro…—Mundo? — interrompeu Saymon, sendo recepcionado pelo sorriso desbravador de
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