Simon Duarte
A casa da Júlia estava cheia. A música baixa, havia gente espalhada pelos cômodos, luzes coloridas penduradas no quintal. Todo mundo parecia se encaixar ao lugar. Menos eu.
Noah estava do meu lado, como sempre. Mas mesmo com ele ali, o moletom parecia pesar o dobro. O calor que eu sentia não vinha da festa — vinha de dentro. Febre começando, dor no peito, aquela pressão que eu já conhecia bem.
O leite estava acumulando. Eu não tinha usado a bombinha desde cedo. Achei que ia dar pra segurar. Que por algumas horas eu podia fingir que era só mais um adolescente numa festa qualquer. Mas meu corpo tinha outros planos.
— Você está bem? — Noah perguntou, encostando o ombro no meu.
— Só... estou com calor — menti, tentando disfarçar.
Ele me olhou daquele jeito que sempre me desmonta. Não insistiu, mas ficou de olho.
Conforme a noite avançava, a dor só piorava. Os seios estavam duros, sensíveis, e cada movimento parecia um soco. Eu tentava parecer relaxado no sofá, mas a tensão e