Seu casamento de dezoito anos havia terminado. O termino em si era um alivio. A anos eles apenas arrastavam a relação. A obrigação era a única coisa que os mantinha juntos. A sensação de ter desperdiçado dezoito anos da sua vida, o sentimento de vazio de ter que recomeçar do zero, esse era o problema, isso era o que pesava para Elisa. Nem tudo na relação havia sido ruim, eles tiveram seus momentos. Seus filhos eram fruto daquela relação. Mas a sensação de que ela havia desperdiçado os melhores anos da sua vida era insuperável. Sua vida havia mudado de ponta a cabeça. Eles eram uma família de classe média. Moravam em uma bela casa de condomínio longe do centro da cidade. Uma vida tranquila e pacata. Mas estavam longe de ser ricos. Para seguirem suas vidas separados, tiveram que vender a casa. Por sorte ainda tinham o pequeno apartamento no centro, primeiro lugar onde moraram. E ela pode mudar para lá com as crianças. Mudar para um lugar que as crianças já conheciam com certeza fac
“Dudu, é você. Nossa, você cresceu né menino? Esta diferente.” Ela respondeu tentando esconder o constrangimento.Quando o reconheceu e ao mesmo tempo lembrou do que havia passado pela sua mente a apenas uns segundos atrás, queria encontrar um buraco e enfiar a cabeça ali para nunca mais tirar.“Bom, já fazem oito anos né tia? Mas você não mudou nada. Continua exatamente como eu lembrava.” Dudu respondeu e logo depois deu um gole em sua garrafa de água, o que fez alguns dos músculos do seu corpo se contrariem. A imagem do pestinha que ela costumava tomar conta se sobrepondo com aquele homem feito na sua frente era realmente algo que a deixava desconcertada.“Como vai sua mãe? Desde que nos mudamos eu só falei com ela por mensagem” Elisa perguntou, em uma tentativa desesperada de continuar a conversa para ela não ter tempo de pensar nas coisas que eram difíceis de não pensar naquele momento.“Ela está bem. Esta feliz que vocês que vocês voltaram. Acho que ela sentia falta da sua famíl
Elisa não parou de pensar em Dudu aquela semana. Havia todo um ar de romance proibido que, por algum motivo que ela não conseguia entender, era extremamente sedutor.Era como se ela tivesse voltado a ser uma jovem adolescente apaixonada, com os hormônios à flor da pele. Fantasiando um romance com seu crush, se "tocando" várias vezes ao dia.Talvez fosse uma vontade reprimida de voltar ao passado e recuperar os dezoito anos que ela perdeu em um casamento infeliz. Ou talvez fosse só uma crise de abstinência sexual que estava mexendo com seu julgamento.O fato é que Dudu havia se tornado o remédio para o tédio que ela sentia.Quando a sexta-feira do jantar na casa de Márcia chegou, ela estava nervosa. Parecia uma garota que estava saindo para seu primeiro date.Um banho demorado, hidratação no cabelo, esfoliação na pele, depilação nas pernas. Ela se arrumou como se estivesse se preparando para um encontro, um encontro que ela esperava que terminasse com um final feliz.Claro, ainda era u
O jantar seguiu, e a forma como Beatriz parecia estar mais interessada em Elisa do que em qualquer outro assunto que surgia na conversa apenas confirmou a impressão inicial: a garota estava flertando. Ela também tinha certeza de que Beatriz havia percebido seu interesse por Dudu. As várias insinuações que ela fez, apesar de sutis, deixavam isso claro.Dudu, por algum motivo, parecia incomodado com alguma coisa, como se estivesse constrangido. O que o fez mostrar um lado tímido. Várias vezes Elisa o pegou olhando para ela, mas ele desviava o olhar, meio sem jeito, sempre que percebia que ela estava retribuindo. Será que seus interesses eram mútuos?Conforme a noite se desenrolava, cada vez mais ela tinha certeza que sim. Toda aquela tensão sexual, entre ela e Dudu, ela e Beatriz, era, de alguma forma, extremamente excitante para Elisa. Tudo aquilo era totalmente inapropriado. Todos os alertas da razão tocavam enlouquecidamente, tentando avisá-la de que estava entrando em terreno peri
Na manhã de segunda, no horário combinado, Elisa encontrou Dudu no estacionamento do prédio. Ele estava usando terno, mais uma visão de tirar o fôlego que passaria a fazer parte das fantasias de Elisa."Bom dia, Tia Elisa" Ele a cumprimentou, então abriu a porta do carro para ela entrar.O carro tinha o cheiro de perfume dele. Elisa ficou tão distraída com aquele cheiro, que nem percebeu que Dudu já havia dado a volta no carro e estava sentado lado dela."Tia Elisa?" Ele precisou chamá-la para tirá-la do seu pequeno momento de transe."Ah, sim querido?" Ela estava constrangida, aquela frase tinha saído um pouco estranha."Eu não contei exatamente o que nós fazemos durante o jantar, por que não queria que minha soubesse" Ele começou a explicar."Eu percebi que havia algo não contado, então não se preocupe." Ela respondeu"Bom, acho melhor te explicar antes, não quero fazer você perder seu tempo". Ele continuou, ela apenas acenou, permitindo que ele continuasse a explicação."Você pode