A sensação que Elisa sentiu em sua primeira vez dentro de um simulador de realidade virtual moderno era estranha.
Era como se ela estivesse habitando um corpo que não era dela. Tudo era muito realista. As coisas tinham cheiro, textura, temperatura.
A pessoa que ela via no espelho à sua frente era ela, mas ao mesmo tempo não era.
"Então, como você se sente?", ela de repente ouviu a voz de Beatriz.
Na verdade, a voz era um pouco diferente. Se Beatriz não tivesse avisado que a encontraria em alguns minutos, talvez pensasse que fosse outra pessoa.
Era algo parecido ao que acontece quando você conversa com alguém por telefone, e a voz dela fica relativamente diferente.
"É um pouco estranho. Eu sinto que estou no corpo de outra pessoa", Elisa respondeu.
"Isso é bom, na verdade", Beatriz começou a explicar. "Ajuda a lembrar que aqui você é um personagem, não você mesma."
Quando viu a expressão confusa de Elisa, Beatriz continuou explicando:
"Confundir sua persona virtual com quem vo