Isabella Duarte Ricci

Eu não sei explicar. Talvez seja instinto de mãe. Talvez seja apenas paranoia.

Mas desde que meu filho passou pela porta, algo dentro de mim sussurra que ele não é o mesmo.

Sei que ele passou por muita coisa nos últimos dias, foi ao Brasil para fechar um negócio, ainda da máfia, o Ars havia colocado o Diogo como o subchefe. Sei que não posso esperar que volte exatamente igual. Mas, havia algo no olhar. No jeito como me abraçou. Na forma como evitou me chamar de mãe.

Eu o observei enquanto ele subia a escadaria com Jullia. Ela, sempre linda, sempre sorridente, mas também sempre perigosa. Jullia sabia demais. Sabia sobre segredos que eu guardava a sete chaves. Segredos que não pertenciam apenas a mim, mas a toda essa família.

Eu precisava falar com ele. Antes que fosse tarde demais. Antes que Jullia abrisse aquela boca doce para destilar verdades amargas.

Respirei fundo, espremendo as mãos. Minha pele suava frio. Caminhei até a porta do quarto dele, do quarto deles