Meu filho...
Dilan Ricci
Dois meses.
Parece pouco quando se fala em tempo, mas para mim foram os dias mais longos e intensos da minha vida.
Estou sentado agora na poltrona do quarto do meu filho. Meu filho. Ainda me soa estranho dizer isso, mas ao mesmo tempo, nada nunca fez tanto sentido.
O pequeno Dante dorme no meu colo, com aquele rostinho tranquilo, como se o mundo inteiro não pudesse jamais tocá-lo. Ele respira devagar, emitindo aqueles sons suaves de bebê, e toda vez que ouço esse barulho frágil, meu coração se enche de uma paz que nunca soube existir.
Não posso negar que no início eu tive medo. Medo de não saber cuidar, de não estar à altura, de repetir erros que vi ao longo da vida. Mas quando Jullia foi embora, dias depois de dar à luz e me deixou com ele, a escolha não foi difícil. Eu podia me perder em mágoas ou me levantar por ele. E eu escolhi ser pai.
Não vou mentir: eu não chorei quando ela se foi. Eu não a amava. Nunca amei. Foi apenas uma história errada, daquelas