A reunião se arrastava como uma tortura desnecessária. Giovanni encarava os homens e mulheres diante de si com a mesma impaciência que dedicaria a uma pilha de documentos insignificantes. As vozes ressoavam pelo escritório luxuoso, cifras e estratégias sendo lançadas como balas que jamais o atingiriam. Ele não precisava ouvir mais nada. Aquilo era entediante, uma distração ridícula que só servia para alimentar sua irritação crescente.
Vitor Portinari, seu advogado pessoal e sócio, estava sentado ao seu lado, observando o comportamento do amigo com atenção. O olhar sombrio de Giovanni, os dedos impacientes tamborilando sobre a mesa de mogno, os maxilares apertados como se um erro fosse suficiente para ele destruir todos ali. Percebendo o risco de prolongar aquela reunião e acabar com algum funcionário chorando ou demitido, Vitor interveio, sua voz firme cortou o ar como uma lâmina.
— Acho que por hoje é suficiente. Todos têm suas instruções, agora saiam e façam o que deve ser feito.
Os