As nuvens, tingidas de cinza aço, deslizavam lentamente pela janela panorâmica do jato particular como véus de um segredo que apenas o céu conhecia. O zumbido suave dos motores soava como uma trilha sensual ao fundo, embalando o voo com promessas não ditas, perigosas e inevitáveis.
A cabine, envolta em um silêncio luxuoso, era um refúgio de couro, madeira nobre e sombras elegantes, quebrado apenas pelo tilintar suave do gelo girando no copo de cristal e pelo som constante e ritmado das teclas sob os dedos de Giovanni Bianchi.
Ele estava absorto no trabalho, ou assim fingia estar.
Vestia um suéter de lã italiana em tom grafite, moldando o peito largo e os braços fortes como uma carícia visual. O sobretudo negro abert