O silêncio havia voltado como uma névoa densa entre eles, depois do primeiro abraço, das lágrimas, do reencontro. Sophia permanecia sentada na beira da cama, com os olhos ainda marejados, as mãos trêmulas sobre o colo.
Giovanni, à sua frente, parecia outro homem.
Nada na postura dele lembrava o magnata impenetrável, o dominador frio, o chefe implacável. Agora… era só um homem. Um homem marcado demais por um passado que ele nunca teve coragem de revelar.
Mas naquele instante, diante dela, da mulher que ainda o amava mesmo ferida, Giovanni sentiu que era agora ou nunca.
Respirou fundo, passou as mãos pelos cabelos loiros, e a voz saiu baixa, quase rouca:
— Preciso te contar uma coisa, Sophia. Preciso… que você saiba quem é o homem que está sentado à sua frente.
Ela ergueu os olhos, atenta. Havia algo diferente ali. Algo que doía mais do que qualquer discussão. Um abismo.
— Pode falar — ela sussurrou.
Giovanni respirou fundo novamente, como quem mergulha antes de afundar:
— Eu tinha dez