O silêncio que envolvia os dois agora não era mais o da dor. Era o da cura.

O quarto permanecia na penumbra suave da madrugada, iluminado apenas pela luz baixa do abajur no canto. O vento frio lá fora batia nas janelas, mas ali dentro havia um calor novo. Um calor construído entre lágrimas, confissões e verdades que jamais haviam sido ditas.

Giovanni continuava ajoelhado diante de Sophia, com a testa apoiada na barriga dela. Seus braços estavam ao redor de sua cintura, e a forma como a segurava era diferente de tudo o que ela já havia sentido.

Era entrega, era reverência, era amor.

Sophia deslizou as mãos pelo cabelo dele, alisando os fios loiros com delicadeza, tentando entender como aquele homem tão frio e fechado conseguia agora chorar diante dela como um menino.

— Está tudo bem — ela murmurou, com a voz embargada. — Você não está mais sozinho.

Giovanni ergueu o rosto devagar. Os olhos estavam vermelhos, marejados. E pela primeira vez… havia paz neles.

— Você é tudo o que eu tenho