Giovanni Bianchi
Grávida…
A palavra ecoava dentro de mim como uma sirene de emergência que não cessava, não diminuía, não me deixava respirar.
Grávida. Sophia está grávida. Carregava uma vida dentro de si, uma parte dela, uma parte minha.
Uma filha.
As luzes de Nova York passavam por mim como borrões. Os prédios imensos, as ruas sempre cheias, os semáforos, as vozes que vinham de fora do carro… tudo parecia distante. Um mundo do qual eu não fazia mais parte. Porque o meu universo tinha desabado dentro daquela sala, sob os olhos acusadores de Blanca, com sua voz cortante e sua verdade como navalha.
Ela está grávida e fugiu por medo.
Senti o peito apertar de novo. Como se algo estivesse rompendo de dentro. Um rasgo, uma ruptura. Eu não conseguia respirar direito.
Pisei no freio com força.
O carro derrapou levemente no asfalto molhado. Encostei o veículo numa rua deserta, onde as árvores se enfileiravam como sentinelas mudas. Desci sem pensar. O ar frio bateu no meu rosto, cortante como