Giovanni Bianchi
Eu mal sentia os dedos quando apertei a campainha.
A chuva tinha parado, mas o ar continuava frio. Meu corpo inteiro doía como se eu tivesse apanhado, mas era por dentro que o estrago era maior.
Liam abriu a porta. O olhar dele caiu sobre mim e congelou. Não foi necessário dizer nada, ele apenas saiu do caminho e me deixou entrar.
Entrei, larguei o casaco encharcado sobre a poltrona e fui direto para o sofá, sentando como quem afunda em lama.
O silêncio entre nós durou um minuto inteiro. E então ele foi até o aparador, serviu duas doses de uísque e me entregou uma. Eu não bebi de imediato, apenas olhei para o copo, como se o líquido pudesse responder tudo o que me atormentava.
— Fala — disse ele, baixo. — O que aconteceu?
Respirei fundo. E quando abri a boca, percebi que minha voz vinha mais fraca do que nunca.
— Sophia está grávida.
Liam ficou imóvel.
— O quê?
— Ela está esperando um filho meu. Na verdade… uma filha. Está com quase seis meses de gestação.
Ele prende