O carro era um campo de guerra silencioso. O motorista olhava fixamente para frente, como se sua vida dependesse de ignorar o que acontecia no banco de trás.
Giovanni estava com as mãos cruzadas, os olhos cravados no escuro da janela. A tensão em seu maxilar poderia quebrar ossos. Sophia manteve-se em silêncio. Mas dentro dela… o coração galopava.
Porque ela sentia que estava sendo puxada para algo mais profundo e que talvez Giovanni estivesse começando a se mostrar.
Ao entrarem no prédio, ele não disse uma palavra. Mas o modo como a guiou com a mão nas costas era quase uma prisão.
Subiram no elevador sozinhos. Sophia sentiu a pele formigar e quando a porta do apartamento se fechou, o silêncio explodiu.
Giovanni virou-se, e então ela viu: os olhos estavam em brasa.
— O que foi aquilo, Sophia?
— O quê, senhor?
— Não se faça de ingênua. Eu vi o que fez. Vi cada olhar, cada sorriso, cada provocação. Você dançou com todos naquele salão sem sair do meu lado.
— Eu apenas respirei, senhor. —