A vista do 47º andar da torre de vidro parecia indiferente à tensão que tomava conta da sala. Do lado de fora, Moscou se estendia em tons de chumbo, uma pintura fria e majestosa. Dentro, o ar era cortante como lâmina de aço. Três executivos russos, todos em ternos escuros e expressão cerrada, tentavam, em vão, intimidar Giovanni Bianchi.
Ele estava sentado à cabeceira da mesa, perfeitamente calmo. Terno cinza grafite impecável, abotoado com precisão cirúrgica, a gravata escura como seu olhar. Nada nele parecia interessado no jogo de provocações veladas que acontecia do outro lado da mesa. Nem mesmo quando Anatoly, o mais arrogante dos três, bateu com força a caneta sobre os papéis e disse, com o inglês arrastado:
— Seus termos são agressivos, Bianchi. Está tratando essa n