A neve em Moscou caía com uma intensidade quase hipnótica, tingindo a cidade de branco como se quisesse apagar todas as marcas do mundo. Giovanni Bianchi atravessou as portas automáticas do hotel com um silêncio interno que contrastava com o turbilhão dentro dele. O sobretudo de lã escura, agora salpicado por cristais de gelo, deslizou por seus ombros quando ele o sacudiu, como quem tenta se livrar não apenas do frio, mas também das lembranças pesadas de uma reunião que ainda ecoava em sua mente.
O hall do hotel exalava uma mistura de lavanda e âmbar, um perfume quente e sofisticado, projetado para criar uma sensação de acolhimento. As paredes espelhadas e o mármore brilhante refletiam as luzes douradas das luminárias. Mas nada disso alcançava Giovanni. Ele parecia caminhar por aquele