Marie Leroy
Nunca acreditei no destino.
Sempre achei que ele era uma desculpa bonita para justificar o que as pessoas não têm coragem de enfrentar. Mas, quando os olhos daquela menina tocaram os meus, ali no meio do parquinho, entre árvores silenciosas e o riso infantil se desfazendo no ar, algo dentro de mim… estalou. Não foi surpresa. Não foi apenas dor. Foi como uma cicatriz antiga sendo reaberta por uma lâmina afiada e fria. E o sangue que escorreu, invisível, mas real, era feito de memórias.
O que Giovanni deixou em mim nunca cicatrizou.
Ele não apenas me possuiu. Ele me moldou.
Tomou minha alma com dedos que sabiam exatamente onde apertar, com palavras