— O que você pensa sobre tudo isso agora?
Essa era o tipo de pergunta que parecia simples, mas não era. Eu havia contado tudo sobre a noite passada para a doutora Vanessa, minha psicóloga.
Depois que finalmente me acalmei, Leonardo pediu que eu subisse e descansasse. Afastei-me dele, entrei em casa, subi as escadas e me deitei na cama.
O coração estava leve, mas a cabeça, a mil.
Agora, aqui no consultório, um turbilhão de questionamentos ainda insiste em atravessar minha mente.
Eu estava deitada no divã de couro claro, ligeiramente inclinado para meu conforto. Mas o desconforto no peito era grande.
À minha frente, em uma poltrona estofada de linho escuro, estava a doutora Vanessa. Os cabelos castanhos estavam presos em um rabo de cavalo, os óculos deslizavam sutilmente sobre o nariz e, nas mãos, ela segurava uma prancheta. Sua caneta se movia com leveza, rabiscando algo que eu não podia ver, mas imaginava.
De vez em quando, ela me observava por cima das anotações com um olhar