Eu estava imersa no celular, assistindo a um vídeo qualquer, tentando desligar minha mente por alguns minutos.

O som abafado da música ambiente era quase reconfortante.

Então, o estrondo.

Um disparo seco cortou o ar como uma chicotada. Meu corpo reagiu antes da mente entender.

Senti um impacto repentino no ombro esquerdo, como se algo pesado e quente tivesse me atingido com força brutal.

A dor veio em seguida, intensa, rasgando os nervos. Um calor insuportável se espalhou pela pele, seguido de um frio estranho que me fez estremecer.

Era como se tivessem cravado ferro em brasa dentro da carne e depois girado.

Meus dedos tremiam. O celular escorregou da minha mão e caiu no chão.

A respiração travou em meu peito.

Olhei para o lado, o som ao redor agora abafado, distante. Meus olhos encontraram o vermelho se espalhando pela manga do vestido.

Eu tinha sido baleada.

O chão pareceu girar. Um zumbido encheu meus ouvidos. Meu corpo pesava, e a dor já começava a se confundir com o pânico.

— De