Eu não queria assustá-la.
Não era essa a intenção.
Só queria que ela soubesse. Que visse, pelo menos em parte, o emaranhado que estou tentando desfazer.
Desde que retomei as investigações, venho descobrindo coisas... e o rumo dessa história não me agrada.
Ela foi usada. Tanto quanto eu. Pelo mesmo homem em quem ela confia.
Inferno.
Essa confiança cega que ela tem nele...
Me irrita mais do que deveria.
Observo a expressão dela, seus olhos atentos, o queixo levemente erguido, tentando manter a firmeza. Mas eu a vejo. Vejo além da superfície.
A mulher sentada à minha frente não é só a “deusa” marcada por um título cruel.
Ela é exatamente o que o nome carrega, selvagem, bela, imprevisível.
E não é à toa que ela ocupa meus pensamentos com tamanha frequência.
Ela rompe o silêncio.
— Acredito que ele não faria isso.
Claro que acredita.
E é claro, até eu não quero acreditar também.
Mas querer... não tem nada a ver com saber.
— Entendo. — respondo apenas, sem deixar transpar