Um tapa desabou sobre o meu rosto.
O estalo ecoou seco no quarto. Minha pele ardeu no mesmo instante. O gosto metálico do sangue invadiu minha boca.
Cuspi. O líquido escuro salpicou o chão frio, enquanto ele se afastava com desprezo. Meus olhos lacrimejaram — reflexo, não fraqueza. Eu me recusava a chorar.
Miller abriu a porta.
E por um segundo, a esperança me traiu.
Mas era Long.
Empurrado como um animal derrotado por dois seguranças.
O rosto dele parecia um mapa da dor — hematomas espalhados, a pele sob os olhos roxa, o lábio inferior partido.
Mesmo assim, me encarou.
Testa franzida, olhos marejados de fúria e impotência.
— Solte ela, Miller — ele gritou, a voz embargada. — Revida em mim. Me prenda, me mate, faça o que quiser... mas deixe Harumi fora disso!
Miller riu, devagar. Um som grave, doente.
— Que dramático... — pegou a garrafa no canto do quarto. Encheu uma taça com o líquido e bebeu como se saboreasse a morte. — Eu vou matar os dois.
Long tentou dizer algo, mas um dos home