Bianca cuidava das feridas de Long.
Os dedos dela mantinham firmeza, parecia que ela já havia feito isso muitas vezes. Ela analisou os hematomas espalhados pelos braços, o rosto desfigurado.
Ela se ajoelhou ao lado dele, limpando com um pano úmido os ferimentos mais visíveis. Cada toque era com cuidado admirável.
Deixei-os ali por um momento.
Eu precisava respirar.
Precisava me recompor.
Ou pelo menos fingir.
Fui até o armário.
A camisola rasgada ainda pendia do meu corpo, deixando minha pele exposta, marcada. Eu estava mais nua do que vestida.
Vesti o único vestido que havia no quarto o dourado. Aquele que usei no almoço no mesmo dia em que cheguei aqui.
O tecido deslizou pelo meu corpo com suavidade, mas não escondia os arranhões, os hematomas, o sangue seco em algumas partes da minha pele.
Amarrei o cabelo no alto, em um coque improvisado.
Minhas mãos estavam sujas, os dedos ainda trêmulos.
Me aproximei do espelho.
E parei.
O que vi me tirou o ar.
Meu reflexo parecia o de uma es